quinta-feira, 28 de setembro de 2017

RESENHA DE CDS-35

   Olá pessoal! Vou fazer nesse post a resenha do álbum de uma banda que é referência do ramo do black metal: Dimmu Borgir.
   Dimmu Borgir é uma banda de black metal da Noruega formada em 1993 e tem como vocalista desde a fundação até hoje em dia "Shagrath" nome artístico de Stian Tomt Thoresem que também sabe tocar vários instrumentos. O nome da banda veio do nome de uma montanha de origem vulcânica da Islândia e significa algo como "castelo sombrio". 
   O estilo "black metal" é caracterizado pelo som extremamente pesado, bateria "metralhadora", vocal gutural e letras com temas "satânicos" ou contestadores da Igreja Católica, frequentemente os músicos desse estilo fazem uso de símbolos católicos invertidos, maquiagem carregada e performance teatral no palco. Pessoalmente eu não gosto nem da maquiagem dos músicos do estilo, nem das roupas e performance exageradas, mas quanto ao som ás vezes encontro algo que me chama atenção pela qualidade, em muitos aspectos, soa quase o mesmo que o denominado "death metal" diferenciado-se apenas pela temática. Eu não tenho intimidade com esse segmento do metal, e, apenas me chama atenção os vocais rasgados do Nergal vocalista da banda Behemoth e os trabalhos do Dimmu Burgir, inclusive o próprio Dimmu Borgir é considerado por muitos como "black metal sinfônico" devido ao uso de elementos de música clássica, muitos a consideram uma banda "mainstream" ou digamos a mais "pop" do black metal. O fato é que percebe-se nos trabalhos deles não apenas peso, mas, muita qualidade, muita música clássica, isso é natural no estilo deles porque eles vem de uma safra de bandas de metal da Noruega dos anos 90 e 2000 que tinham como marca registrada o clima sombrio, bandas dessa safra tornaram-se referência para o público "gótico". O álbum sobre o qual vou falar é o "In Sorte Diaboli" lançado em 2007 essa é a capa:

   Não vou me deter em explicações sobre a capa, inclusive descartei ela porque detestei. Esse álbum foi lançado em formato "deluxe" com cd e dvd. Algo impresso no cd vale a pena mencionar, veja o desenho:
   Talvez essa ilustração impressa no cd físico tenha passada despercebida pelos fãs, afinal bandas estilo black metal fazem uso de tantos pentagramas (a maioria de cabeça-para-baixo) e variações de pentagramas que muitos devem ter considerado esse mais um sem significado específico. Mas, para não deixar margem para especulações vou explicar de onde veio esse. Trata-se de um "pantáculo" (uma figura elaborada e com propósito magístico bem definido) chamado "Sigilo Dei Aemeth" criado pelo famoso ocultista inglês da renascença John Dee (1527-1608). Aqui uma pintura representando Dee:
   Dee teve uma vida repleta de peripécias e mistérios e por isso ás vezes algumas obras de ficção fazem menção a ele, inclusive o Iron Maiden se refere a ele na música "The Alchemist". Eu fiz uma breve menção biográfica sobre ele em meu livro "Análise Sobre Mitos e o Oculto" que já está disponível para venda no site da Editora Anunaki https://www.anunaki.com.br mas, outros escreveram muito mais a respeito de sua vida e suas obras. Esse pantáculo que é chamado mais vulgarmente de "selo de Deus" foi gravado por Dee em uma pedra e em seu uso original deve ser colocada no centro de uma mesa a "Tábua Sagrada" repleta de pantáculos bem elaborados e com uma bola de cristal por cima com o propósito de realizar a comunicação com as entidades chamadas "anjos enoquianos". Essa pedra e outros artigos de Dee existem até hoje e pertencem ao museu britânico veja ela:
   Porque tal símbolo foi impresso no cd podemos apenas especular, talvez tenha sido colocado porque algum integrante da banda ou da equipe de produção pratique a "magia enoquiana" sistema oculto deixado por Dee, embora isso seja mais a cara dos membros da banda Therion (vale apena falar sobre as referências ao ocultismo presentes nos trabalhos do Therion, mas, em outro blog que farei futuramente). Assim, esclarece-se a origem de tal símbolo, vamos ás músicas então:
   Começa com "The Serpentine Offering" que no início apresenta corais e atmosfera sinfônica e depois entra o peso do metal, ela possui um videoclip e é muito boa. "The Chonsen Legacy" começa com muita velocidade e apresenta muitas variações, outra boa. "The Conspiracy Unfolds" se apresenta não tão pesada quanto as anteriores, mas, mantém o alto nível. "The Ancestral Fever" também tem muitas variações e é ótima. "The Sacrilegius Scorn" tem mais clima sinfônico do que as outras e belo coral. "The Fallen Arises" é apenas o interlúdio, apenas uma melodia suave para descansar o ouvinte antes da próxima leva de brutalidades. "The Sinister Awakenig" com seu refrão "Antichristus Spiritualis" é a minha preferida desse cd! "The Fundamental Alienation" começa com um coral que nos faz sentir como se estivesse em um mosteiro da Idade Média, depois entra o peso e o clima de mosteiro fica ao fundo, muito boa. "The Invaluable Darkness" se apresenta bem aviltadora. "The Foreshadowing Furnace" encerra o trabalho com muitas variações.
   Concluindo, taí um trabalho de referência do estilo black metal na minha opinião, pesadíssimo, com vocal rasgado do Shagrath, veloz em algumas partes, tudo isso com uma atmosfera sombria e um clima clássico de muito bom gosto. Em um dos últimos trabalhos deles o cd "Abrahadabra" de 2010 o clima sinfônico até mesmo prevalece sobre o peso e nas apresentações dessa leva eles chegaram a colocar no palco coral com muitas vozes e orquestra com instrumentos clássicos, o metal chega a ser subjugado pelo clima sinfônico e é um dos trabalhos deles que eu mais gosto, merece até uma resenha, talvez para outra oportunidade.    
      


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